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Tetravô deste autor.
OBS: Clica nos nomes em azul para ler as matérias referidas.
Aqui se dá a origem da família Tatagiba.
Esta família está presente em boa parte do estado do Espírito Santo, principalmente na cidade de São José do Calçado-ES e também no Rio de Janeiro em várias cidades, tais como: Cambuci, São João do Paraíso, Campos, Nova Friburgo, Macaé, Itaperuna, etc.
Vale ressaltar que a primeira cidade onde a família se estabeleceu no Brasil foi Cabo Frio-RJ, como vemos a seguir.
A família Tatagiba é originalmente PEREIRA e teve seu início com Antônio José Pereira, que nasceu em Setúbal, Portugal, por volta de 1782. Era filho de José Pereira da Silva e Maria Eufrazia. Veio para o Brasil por volta de 1800.
Ele morava na cidade de Cabo Frio-RJ. Casou-se com Joaquina Rosa do Espírito Santo por volta de 1816.
Segundo seus próprios relatos, quando estava construindo um barco em Cabo Frio, ele percebeu que algumas toras de madeira que haviam tomado chuva estavam soltando uma resina de coloração amarela, o que chamou sua atenção. Como Antônio Jose Pereira era oficial de tinturaria logo viu algo promissor naquela madeira chamada tatagiba.
Nota: A árvore tatagiba, uma espécie de amoreira, recebeu este nome que é oriundo do tupi-guarani tata fogo e giba árvore, devido à sua coloração amarelo-avermelhada.
Sendo assim Antônio José decidiu iniciar um comércio desta dita madeira. Muitas pessoas vinham procurar por ele em Cabo Frio, lá quando chegavam, sempre indagavam: Onde mora o Antônio José que vende a madeira tatagiba? O Antônio José da tatagiba? O Tatagiba. Assim, ele decidiu agregar o nome Tatagiba ao seu sobrenome passando a se chamar ANTONIO JOSÉ PEREIRA TATAGIBA. Como ele mesmo menciona:
"Porque tendo-me o povo alcunhado Tatagiba, e nao sendo conhecido d'outro modo, tive que accrescentar este nome aos herdados de meus pais; e hé a unica lembrança para transmittir aos meus filhos da historia de tão util descoberta, que tem dado não pequeno lucro ao estado, aproveitando-se esta rica produção do solo americano."
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Com o desenvolver de seu comércio, o assunto logo chegou aos ouvidos de um inglês chamado Carlos Keler, o qual passou a fazer grandes pedidos desta madeira a Antônio José. A madeira foi ficando escassa na região de Cabo Frio, o que fez Antônio José partir para as matas de Guarapari-ES. Lá ele ficou por mais ou menos um ano, e para arcar com os custos da extração da madeira Antônio José vendia algumas de suas fazendas e até mesmo alguns de seus escravos.
O comércio desta madeira teve na época grande importância envolvendo a venda de milhares de toras.
Antonio José fez vários estudos referentes a esta madeira que estão presentes no site do MAST – Museu de Astronomia e Ciências Afins, do Rio de Janeiro:
http://site.mast.br/multimidias/botanica/frontend_html/artigos/index-id=353.html
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Também publicou seus relatos no Auxiliador da Indústria Nacional no ano de 1843, como consta abaixo:
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Este páo Tatagiba, sómente se acha nas proximidades do mar e terrenos solitarios, cresce como qualquer outros páos do matto até 40 palmos, em terreno secco e ariento, a sua grossura maior hé de 3 a 3/2 palmos de diametro, hé muito pesado, a sua casca hé esverdiada, com espinhos longos e grossos, deseminados em distancias avulsas, tem por dentro pouco mais de hum dedo de branco; quebrada a casca, dá hum licor ou leite muito amarello, e que não foi aproveitado em particular, pelo grande lucro do páo. Aproveita-se aquelle licor para tirar os espinhos, estrepis e postemas; e cura quasi milagrosamente, fazendo sahir o corpo estrenho e soparar a postema: usão d'elle os moradores até para tirar os dentes dos animaes venenosos que tem mordido, e deixado o dente na carne dos homens ou dos animaes. A casca, quando fica velha, greta e dá cascões ou largas escorias, quebra facilmente, hé gusmenta e não dá imbira, a folha hé miúda e comprida, com muita galhada e cresce pouco direita, motivo porque era aproveitada para cavernas, pela sua solidez; único emprego que tinha, antes de se descobrir a tinta. Esta madeira racha com muita difficuldade, e irregularmente por ser dura, hé excellente para mobilias, e admitte o lucro e os seus filamentos são geralmente rebicados com muitos nóz. Larga a casca com muita facilidade, mas o branco hé trabalhosa para tirar, e quasi sempre hé por faiquejo, sem cuja operação o não comprão os negociantes.
Hé o quanto posso informar sobre a minha descoberta. Magé, 24 de novembro de 1843. Antonio José Pereira Tatagiba.
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Devido a grandes prejuízos decorrentes deste mercado de madeira, Antônio José decidiu encerrar seu negócio e se mudar para Nova Friburgo-RJ, onde iniciou o plantio de café. Lá ele foi vereador, juiz de paz e subdelegado.
Por fim se mudou para o Frade, distrito de Macaé-RJ, onde veio a falecer em 30 de janeiro de 1862.
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Entre Cabo Frio e Nova Friburgo nasceram seus seis filhos que foram quatro meninos e duas meninas.
Destes filhos descendem os que trazem ou que até mesmo que não trazem o “Tatagiba” em seu sobrenome.
Pelo lado de suas duas filhas, Constância e Joana Rosa, fica mais difícil de se saber a descendência devido ao fato do sobrenome do marido ter prevalência sobre o da esposa. Ainda assim temos alguns descendentes destas filhas aqui relatados.
Quanto aos quatro filhos de Antônio José apenas o caçula José ficou residindo com seu pai no Frade, distrito de Macaé-RJ.
Já os outros três filhos decidiram se mudar do distrito do Frade descendo para a região de Cambuci e São Fidelis.
Alguns se casaram em Cantagalo-RJ como no caso Manoel José e Pedro José, trisavô deste autor.
Em Cambuci faleceu o terceiro irmão, chamado João José e, após sua morte, seus dois irmãos decidiram se mudar para a região de São José do Calçado-ES, onde adquiriram grandes extensões de terras e ali vieram a falecer deixando seus filhos que deram continuidade à prole Tatagiba nessa região.
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Clica nos nomes abaixo para ler a história.
MANOEL JOSÉ PEREIRA TATAGIBA, os Pereiras do Frade, Friburgo e de Teresópolis;
PEDRO JOSÉ PEREIRA TATAGIBA, trisavô deste autor; e pai dos Vieira, Ferreira e Torres Tatagiba, de São José do Calçado-ES.
JOÃO JOSÉ PEREIRA TATAGIBA; pai dos Fragoso, de Paula, e Pereira de São João do Paraíso-RJ, Cambuci-RJ, São José de Ubá, Itaperuna-RJ;
JOSÉ PEREIRA TATAGIBA, os Pereiras de Macaé;
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Além desta matéria sobre o primeiro Tatagiba você também pode ver os artigos abaixo:
Árvore genealógica de Antônio José Pereira Tatagiba
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Acervo de Sebastião Tatagiba 